Verdade seja dita: nós, que estamos na sala de aula há muitos anos,
provocando e sendo provocados por tantos desafios do fazer docente, nem
sequer, há algum tempo (e nem tanto tempo assim!), poderíamos pensar que
gêneros virtuais e as Tecnologias da Informação e Comunicação – as
famosas TICs – chegariam às salas de aula como conteúdos de ensino, não é
verdade?
Bem, o fato é que chegaram para ficar! Afinal, sempre tivemos como
objetivo planejar nossas ações bem ajustadas às necessidades e
realidades dos alunos e, para isso, perguntamos: quem são nossos alunos?
O que eles já sabem?
Atualmente, eles são chamados de nativos digitais, um pessoal muito sabido que “usa e abusa” da tecnologia dentro e fora da escola e que nunca leu e escreveu tanto como está fazendo agora, não é mesmo?
A questão está exatamente nesse ponto: eles conhecem as novas tecnologias, eles sabem muito sobre elas, e nós, professores que compomos o grupo dos chamados imigrantes digitais, tentamos correr para alcançá-los a fim de tornar possível, interessante e significativo o trabalho em nossas salas de aula.
Hoje, contamos com um grande número de gêneros virtuais, que se
espalham em diferentes ambientes, servem a variados objetivos e,
definitivamente, interessam aos nossos alunos!
Nesse sentido, entendemos que a escola deve cumprir um papel
fundamental: aliar aos saberes tecnológicos de nossos alunos
experiências sobre modos de ler, escrever e participar de situações de
comunicação, por vezes bem distintas das vivências no espaço físico da
sala de aula.
Como fazer isso? Pensem comigo: se eles utilizam celulares na nossa
aula, com fones para, talvez, ouvir músicas, vamos incorporar o uso do
celular como ferramenta de pesquisa, investigação e aprendizado! Se eles
dominam a tecnologia, que tal uma parceria para um projeto sobre jornal
(que reúne uma variedade de gêneros), por exemplo, iniciando pela
discussão sobre as relações entre diferentes versões impressas e
digitais, de forma a favorecer a produção de um jornal digital dos
alunos? Se gostam e entendem tanto de tecnologia, por que não pensar em
um blog, no qual todos os alunos teriam condição de publicar diferentes
textos, em função de variados assuntos e áreas disciplinares, com espaço
para troca de opiniões e frequente construção de conhecimentos?
Como veem, o mundo virtual pode e deve integrar nosso fazer na
escola. Aliás, penso que esse ”saber fazer” de nossos alunos pode,
inclusive, nos ajudar a romper de vez a tradicional relação de
saber/poder entre professor e alunos, com vistas à construção de um
legítimo espaço colaborativo, onde todos podem assumir papéis de
destaque. Concordam?
Para terminar, duas dicas de leitura: a primeira, voltada ao trabalho com blog na sala de aula Projeto colaborativo on-line, e a segunda, um convite de Roxane Rojo para a reflexão sobre os desafios dos (multi)letramentos nas práticas escolares. Vale a pena conferir!
Orientações disponíveis em:
http://escrevendo.cenpec.org.br/index.php?view=article&catid=83%3Apergunte-a-olimpia&id=1470%3Ageneros-e-tecnologias&option=com_content&Itemid=216#addcomment
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